Hoje de manhã (13/04/2012) achei por bem assistir ao debate quinzenal na Assembleia da República que estava a ser transmitido em directo na RTP2. Não só para seguir o que se vai passando neste nosso belo e agora intranquilo cantinho, mas para pôr também à prova todo o conhecimento que venho adquirindo diariamente.
É fascinante ou talvez preocupante (dado os resultados) a facilidade com que se consegue ler a imensa linguagem corporal, postura e sentimentos dos nossos deputados.
O que mais li e depreendi foi insegurança e desconforto na sua verbalização corporal. Gestos como encolhimento nas cadeiras, mãos descontroladas e braços cruzados em sentimento de defesa foram transmitidos durante toda a manhã.
De seguida, alguns dos exemplos que gostava de referir:
O líder do PS, Sr. António José Seguro demonstrando muitas vezes sorrisos e traços de desprezo (não sei se pela pessoa ao qual se dirigia se ao assunto em questão). Este sentimento é normalmente acompanhado com atitudes e sentimento de superioridade. Tal comportamento pode-se justificar por este estar numa posição confortável de confronto, em que tem total noção de estar a fazer perguntas difíceis para o oponente. Nitidamente numa posição de ataque. Tenho pena que a imagem esteja tão longe da face e não de frente, para conseguir ver algumas expressões faciais com mais clareza.
A certa altura da exposição do Líder do PS, a imagem foca o Sr. Primeiro-ministro, que se encontrava numa posição totalmente encolhida na cadeira, corpo todo curvado para a frente e ombros e braços descaídos também para a frente. Sinal claro que naquele momento só lhe apetecia esconder em algum lado, e não estar ali. Mostrando insegurança e imenso desconforto sobre o assunto que estava a ser discutido.
Depois dessa intervenção, o Sr. Primeiro-ministro teve oportunidade de responder, e novamente demonstrou muito desconforto e necessidade de apaziguamento/pacificação com as mãos e também recorreu ao uso de uma caneta para acalmar esse desconforto. Uma pessoa pode exibir baixa confiança ou aliviar o stress através de uma variedade de maneiras de esfregar as mãos, esfregando as palmas das mãos juntas ou os dedos de uma mão contra a palma da outra.
Outra nota que gostava de salientar aconteceu no discurso do Sr. Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP, mostrando também este uma necessidade enorme de apaziguamento. Não sabendo onde colocar as mãos, num turbilhão frenético entre os bolsos ou endireitar o microfone vezes sem conta.
Em termos de voz, notei um Primeiro-ministro e o Sr. Jerónimo de Sousa, Líder do PCP, com um tom muito pausado, tranquilo e eloquente. Possivelmente com muitas horas de treino e trabalho para atingir este fim.
Para finalizar e não tornar longa e maçadora esta breve análise, penso que será importante dizer que não tenho aqui qualquer filiação ou favoritismo político.
Fiz uma análise daquilo que os referidos deputados me transmitiram, assumindo toda a responsabilidade do que aqui escrevi.
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